terça-feira, 20 de novembro de 2012

O que você acha de vir aqui destruir esse meu autocontrole? Vem se aproximando daquele teu jeitinho e com aquele teu sorrisinho de malandro; pega no meu rosto daquele teu jeito firme, mas singelo, e me aproxima do teu. Encosta essa tua boca carnuda na minha e me beija daquele jeito bom que só você sabe. Pega no meu cabelo devagar e desliza os seus dedos entre os fios até chegar às minhas costas; depois me puxa mais para perto de você para que eu possa sentir aquele teu cheiro delicioso exalar para dentro de minhas narinas. Quero acompanhar a dança que a tua língua sabe fazer muito bem; quero sugar os teus lábios irresistíveis e mordiscar o seu pescoço para te sentir tremer. Vem aqui beijar e sussurrar no meu ouvido que eu continue falando, mesmo sabendo que eu perdi o fio da meada no momento que você se aproximou demais. Vou sentar ao teu lado só para sentir a minha cadeira sendo puxada para mais perto da sua e sentir a tua mão de leve em minha coxa. Quero sentir a tua respiração se misturando com a minha em meio aos nossos intermináveis beijos. Quero que você me puxe para perto de você todas às vezes que eu estiver muito distante. Também quero que esse nosso romance dure o máximo que puder, pois ficar sem as tuas ligações de boa noite, sem o teu sotaque gostoso e sem esse teu sorriso que eu adoro não vai ser fácil, não.

sábado, 10 de novembro de 2012

Algumas semanas de um ano inteiro

Eu te deixei no terminal para que você pudesse pegar o ônibus e voltar para a sua casa. Agarrei tuas mãos e as beijei porque não suportava pensar o quão distantes estaríamos um do outro a partir de agora. Aproximei meu rosto do teu e nossa respiração se misturou. Você me envolveu com teus braços, sussurrando no meu ouvido que você era meu. Tremi, e me agarrei mais a você, colando minha boca na tua. Nos beijamos ternamente. Pude sentir o gosto amargo que minha boca passou a ter quando você descolou seus lábios dos meus. Havia lágrimas em meus olhos porque eu sabia que tudo estava começando a mudar e você não acreditava que isso pudesse acontecer. Você subiu naquele ônibus e ficou me olhando da janela. Embaçou o vidro com o hálito e desenhou um coração com a ponta dos dedos. O meu se apertou dentro do peito. Por que você estava partindo? Eu levei a palma da mão ao lado esquerdo do peito para retribuir o gesto. O motorista ligou o motor e eu pude sentir: era o fim. Nada do que você havia me dito servira de consolo para essa minha sensação de despedida. Nenhuma das tuas promessas de que nos veríamos novamente conformava a perda. Eu sabia que a nossa comunicação iria se esvair com o decorrer do tempo, então acabaríamos por perder a intimidade e nos envolveríamos com outro alguém. Sabia que essa euforia por termos passado 3 semanas juntos não iria sobreviver por 1 ano, até que você pudesse me ver novamente. Eu te disse que se eu pudesse, iria contigo, porém, não posso. Eu pertenço a esse lugar. Você não. Você veio para cá passar uma temporada e agora está voltando para o seu lar. Estarmos apaixonados não seria de forma algum um bom motivo para que nossas famílias permitissem que nós nos víssemos. Esperar que você complete 21 anos para que possa finalmente ser livre? Eu poderia esperar, mas eu sei que a gente não duraria esse tempo todo sem um contato real. Então, com o coração partido, eu me despeço de você com um último aceno, te entregando um pouquinho de mim para que você leve e se lembre que um dia fomos um só.