quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Apelo por misericórdia

                Deus, eu não entendo o que acontece comigo. De verdade. O que eu sempre peço para o Senhor? Felicidade, amor, paz, saúde. Peço-te sempre para colocar no meu caminho boas pessoas, que gostem de mim da maneira que eu sou. Estou constantemente rogando por tua piedade, pedindo que me permita ser feliz de maneira plena algumas vezes, já que sempre não é possível. Pois bem. Quando o Senhor coloca essas pessoas maravilhosas em minha vida, o que eu faço? Deixo-as irem embora.
Meu Deus, eu juro que não faço de propósito. Juro que quando peço por essas pessoas, é de coração. É o que eu realmente desejo. Mas por que não posso me interessar por elas, Senhor? Por que eu não posso ver em quem é bom a felicidade e encontrar nesses a compensação?
                Eu me apaixono pelo bipolar, que mente descontroladamente e não possui a menor consideração por mim. Pelo cara que não sabe nem ao menos o que quer, está sempre em cima do muro e só sabe ciscar constantemente no meu terreno sem chegar realmente a algum lugar. E ainda consigo me apaixonar por aquele que eu daria a vida para manter a amizade, que sempre soube tudo sobre mim, principalmente o tamanho do meu amor por ele, mas que bastou uma mistura de sentimentos para que a amizade fosse considerada lixo e jogada fora. E o bom, o legal, o carinhoso, o paciente, o atencioso? Por que não me apaixono por ele?
                As pessoas devem estar certas ao meu respeito – eu gosto de sofrer. Sim, eu tenho tendência à melancolia e a solidão. Talvez seja até isso que faça o meu dom da escrita perdurar, contudo, onde está a minha felicidade pessoal? Aquela realização de amar descontroladamente uma pessoa e saber que é amada de volta? Escrever é maravilhoso. Me conforta e regenera, porém é preciso viver e ser feliz de vez em quando, e ainda habituar-se a escrever sobre a felicidade. Sim, minha vida amorosa se resume a tragédias desde que eu aprendi que o amor pode ser mágico, ou seja, desde sempre. Contos com finais felizes me iludem há tanto tempo, que isso já fazia parte do que eu era: acreditar no “felizes para sempre”.
                Claro, eu amadureci bastante. Passei por uma experiência traumática aos 15 anos que me fez ver a realidade das relações interpessoais. Você se apaixonada por seres aparentemente perfeitos, não liga para opiniões alheias, só leva em consideração aquela imagem idealizada que construiu da pessoa. De repente a mesma cansa de te usar e segue a vida. Mas você não, está apaixonado e não entende como aquele ser que você tanto gosta não vá estar ao seu lado da maneira que tanto foi sonhada por ti. Pois bem. Essa é a realidade.
                Em contrapartida, entra na sua vida alguém extremamente bom e positivo, que com certeza só está ali para somar. Mostra interesse por você e faz de tudo para ficar ao seu lado. E o que você faz? Não se interessa por essa pessoa, não sente absolutamente nada a não ser carinho. Meu Deus, como isso é possível? Aquele que não te quer de forma alguma é o ídolo. O que te deseja a qualquer custo é o indiferente?
Às vezes eu chego a pensar que não mereço nada além de desprezo. De verdade. Deus me dá aquilo que eu peço e eu simplesmente ignoro e não consigo fazer mais nada a respeito. Na realidade, eu mereço mesmo é ficar sozinha suspirando com os romances das tramas que leio, pois neles os personagens sabem aproveitar a oportunidade que lhes é dada. Mesmo que demorem a ver, no final acabarão juntos, pois é assim que deve ser. Mas eu não, eu tenho é que ficar cobiçando esses romances, eu mereço isso. Eu não tenho o direito de pedir mais nada dentro desse campo, pois eu não sei aproveitar quando me é dado.
                Eu lhe peço perdão, meus Deus, de todo o meu coração. Queria muito conseguir abrir meu coração para aqueles que realmente o merecem e querem, mas eu devo ser idiota demais ou louca demais para isso. Meu destino deve ser exatamente esse: sofrer por aqueles que não me querem em suas vidas e ajudar as pessoas com os meus conselhos. Só. Nada mais do que isso, eu sei e, eu juro, Senhor, que vou fazer todo o possível para lembra-me de não pedir pessoas que me amem em minha vida. Todas as vezes que eu pensar em orar por isso vou me recordar do quão imbecil eu sou ao receber essas pessoas em minha vida.
Amém.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Minha formatura foi ótima. Mesmo com os graves erros cometidos pela minha escola eu consegui sair feliz e parcialmente realizada do salão. Meus tios estavam lá. Minha prima, meu pai, minha mãe, meus irmãos e meus amigos também. Meus amigos. Esse é o ponto. Eu olhava pra aquele salão e via tanta gente. Pessoas que eu gosto, admiro, amo. Mas ao mesmo tempo eu que o salão estava cheio, é como se houvesse um espaço gigante nele. Como um buraco gigantesco, uma lacuna que não poderia ser preenchida por ninguém a não ser você.
Nossa, como eu queria que vocês estivesse lá. Que ficasse olhando para mim com aquele seu sorriso lindo, rindo das minhas caretas, orgulhoso do meu sucesso. Como eu queria poder olhar pra você lá da frente e sentir a tua felicidade emanando. Queria te ver todo arrumado e lindo ali, me admirando, morrendo de vontade de levantar e me dar um abraço bem apertado. Quando levantei para abraçar minhas amigas queria que você estivesse ali. Que fizesse uma piada do quanto eu estava bonita e irresistível. Gostaria que tivesse implicado com o meu discurso de oradora, dizendo que era muito grande, que você não agüentava mais me ouvir falando. Queria que tivesse me aterrorizado dizendo que eu gaguejei enquanto falava, para depois dizer que estava brincando e logo em seguida me abraçar, considerando-se tendo teu mundo inteiro nos braços naquele momento.
A minha noite foi ótima, porém não perfeita. Tudo lembra você. Cada pedaço que eu trilho no meu dia a dia tem os teus passos marcados nele. O lugar que eu antes considerava ser um lar e o ambiente de lazer agora me traz mais desespero e sombras do que paz. Você consegue entender isso? Você esteve comigo em muitos momentos, em muitos lugares. Eu me acostumei a ter você em meu dia a dia. Agora eu faço o que? Tem um vazio. Um espaço gigante que a cada dia grita mais pela sua volta.
É a minha primeira vez na casa da minha mãe depois que tudo acabou. Vim para cá me preparando psicologicamente para lidar com o teu fantasma que com certeza estaria vagando por cada parte do lugar. Eu estava certa. Eu me lembro de tudo. Do jeito que você andou em cada canto, lembro do que você falou, do que conversamos. Lembro da maneira como me abraçou nesses lugares. Lembro também dos nossos afagos, das risadas, das piadas maldosas, do amor.
Eu paro periodicamente para pensar e tentar entender pela milésima vez como foi que tudo isso chegou ao fim. Tem certas coisas na vida que você simplesmente sabe que vão durar para sempre, não se trata de apenas esperar. Porque tem tanta coisa envolvida, tanto sentimento, intimidade e vontade de fazer durar que você acaba tendo a certeza da eterna durabilidade daquilo. Pois bem, eu me enganei.
Queria acreditar que enquanto eu fico aqui arfando cada vez que me lembro de um pedacinho da gente, chorando por saber que não tenho mais nada disso, queria acreditar que você também sofre da mesma forma que eu. Que olha para a minha foto e sente uma vontade louca de vir falar comigo quando me vê online na internet. Que chora, como chorava há alguns anos atrás, quando percebe que nos afastamos. Mas é aquilo, eu sei que isso não é verdade. Sei que para você tanto faz se nos falamos ou não. Eu já fiz substituída na sua vida faz tempo, só que percebi tarde demais.
Eu acreditava no seu amor e na sua devoção. Acreditava que se você pudesse largaria tudo para ir ao meu encontro. Acreditava. Hoje em dia não consigo levar a sério nenhuma palavra que saia da tua boca. Não consigo ver sinceridade nos teus olhos. Só consigo ver uma coisa: pena. E eu não quero a sua piedade. Não mesmo. Não preciso dela. Por isso eu me afastei, do mesmo jeito que você o fez. Não remei contra isso, e sim a favor. Não por vontade, mas por necessidade. Eu não sou pombo para viver de migalhas. Guarde-as para você. Por isso não imploro nada, nem um pedaço da sua atenção. Não faço mais questão de falar uma palavra sequer contigo. Estou eu aqui, mais uma vez, respeitando a tua vontade. Respeitando o teu silêncio. E por mais que isso me destrua a cada dia, eu me manterei aqui, quieta, reunindo forças para finalmente tirar você de vez da minha vida.
Eu não vou chorar por não ter você aqui. Só de dizer isso já me sinto mais forte. Eu digo isso hoje, aqui, agora. Amanhã eu não sei. Vai que me bate uma saudade enorme e eu não consigo segurar as lágrimas? E se isso acontecer, eu vou mais uma vez dizer: eu não vou chorar por não ter você aqui. Porque a vida é isso, você tem que ter fé de que terá força. E quando tiver força tem de saber usá-la para a coisa certa. Não usaria a minha força para gritar teu nome. Nem para afastar da sua vida as pessoas que te afastaram de mim. Muito menos usaria essa força para te esquecer, pois esquecer o que nós fomos um dia significaria dizer que não fomos nada, e isso eu nunca vou deixar alguém dizer. Eu usaria essa força para fazer sanar a dor. Sabe esse aperto aqui no meu peito que parece me correr de dentro para fora? Esse que está aqui a todo tempo, grita no escuro da minha alma a necessidade de te ter ao meu lado? Esse. Não, eu não sei explicar porque isso dói tanto. Porque cada pedaço do meu corpo arde sentindo a falta do teu toque. Não, eu não sei explicar. Não sei dizer porque cada canto da minha casa lembra os teus movimentos dentro dela. Eu ando pelo corredor e ouço teus passos, ouço a porta do meu quarto –um tanto empenada - sendo arrastada no chão, e automaticamente me viro para ela, com a singela intenção de esticar uma de minhas mãos e clamar pela sua, para que possa se juntar de novo a mim, na minha cama, e possamos passar mais um tempo juntos. Fazendo nada, fazendo tudo. Se olhando, se tocando, se sentindo, se vivendo. E contigo aqui do meu lado, eu iria te abraçar bem forte como fiz da última vez, mas dessa eu diria que te amo. Que te amo mais que tudo, e não sei viver sem você. Mas eu estaria mentindo. Eu não te amo mais que tudo. Tudo é muita coisa. Tudo é impossível de saber o que é, mas com certeza deve ter alguma coisa que eu amo mais que você nesse tudo.  E eu consigo viver sem você. Estou vivendo agora, não estou? Posso estar em frangalhos, catando os pedaços dos outros que eu encontro por aí, pois os meus estão caindo e eu não tenho vontade de pegar de volta já que eles me lembrarão que já foram seus um dia. Mas eu estarei vivendo. Não importa de que maneira, estarei vivendo. Pois eu mentiria pra você, mesmo sabendo de tudo isso, se isso fosse fazer você ficar. Pois dizer que te amo mais que tudo, mesmo não sendo total verdade, não signifique que eu não te amo com tudo o que eu tenho. E eu amo, amor. Amo muito. Aliás, eu sempre vou amar. Mas amar sozinha não basta, não é mesmo? Tem que haver amor dos dois lados, e isso eu não posso pedir. Por isso eu aceito. Contrariada e manhosa, mas aceito. A vida é isso, meu bem. Não podemos mudar o que nos é dado, só receber de braços abertos esse novo “hoje”. Mas é aquilo, eu vou viver, vou sorrir, vou amar outras pessoas, mas não vou deixar de te amar, de chorar por você (mesmo dizendo todos os dias que vou parar). Não vou esquecer do som da sua risada e do eco gostoso que ela fazia quando era acompanhada pela minha. E nem me peça para esquecer, pois o que está aqui dentro da minha cabeça ninguém me tira. Sobre viver, vou viver mesmo. Mas sempre haverá uma parte morta em mim, apodrecendo a cada dia. Essa parte será sua, só sua, tua responsabilidade. E se um dia você resolver que quer ver essa parte brilhar novamente, vem aqui e comece a regar. Mas é aquilo, amor, não venha com a certeza de que vai vingar. Isso aqui é como uma grande árvore podre e em decomposição. Tem as sementes, que podem trazê-la a vida de novo, mas tem muita sujeira ao redor. Pra fazer tudo voltar você terá que limpar o que está podre. Pedaço por pedaço. Depois, se conseguir, se tiver disposição (o que eu chamaria de amor suficiente), você vai ter que regar. Está entendendo o que estou dizendo? Vai ter que cultivar. Dia após dia. E também tem aquilo, se os fatores externos não te ajudarem, aquela parte – que é só tua e apodreceu quando você foi embora – não vai vingar, e vai continuar ali, suja. Mas será só uma parte de mim, porque o meu jardim estará brilhando por aí, porque, eu te disse, vou estar vivendo. O mundo não parou quando você se foi. Eu só estou levando um tempo para me acostumar com a tua ausência. Não, me acostumar não. Ninguém se acostuma com o que é ruim. Vou aprender a conviver. Isso. Bem melhor. Quando eu aprender a conviver com o vazio teu, eu estarei bem. Mas como qualquer ferida aberta, ela sangra, e arde, e magoa. O remédio é a vida, o tempo, a fé, a força. Mas eu vou ficar bem. E quando eu ficar, só aquele espaço em mim que é seu que continuará estragado, e isso, meu bem, eu não posso consertar sozinha.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Eu sinto dor. Muita dor. E não é como antes. É pior. Antes eu sabia que era um estorvo e que eu tinha que me livrar daquilo. Sabia que só me fazia mal, que nunca acrescentaria nada de positivo na minha vida, tal qual não o fez. Porém agora é diferente. Isso é diferente. Com aquilo eu perdi a crença. A minha capacidade de acreditar no perfeito, no sonho, no sincero. Foi difícil. Nossa, Deus sabe como foram difíceis todos aqueles meses. A diferença se dá pelo fato de eu saber que aquilo não era bom, só não tinha coragem de me livrar. Agora não. Agora é completamente diferente. Eu sei que só somava, só tornava melhor. Eu sei o quanto foi depositado nisso – confiança, amor, carinho, afeto, segredos, dúvidas, risadas e muito, muito mais. Imagine uma caixa. Ela é bonita, revigorada, feliz. Ela está bem consigo mesma por ser do jeito que é. Porém, começa a sentir falta de algo e isso a incomoda. Assim, ela arranja algo para por dentro de si. Algo bom, que a faz feliz e ainda a faz se sentir completa. Porém, com o tempo, ela percebe que é muito peso para si, é maior do que pode agüentar. Não que a caixa seja fraca, mas cada caixa é diferente, e aquilo que ela carrega não é compatível com a sua grandeza, por isso começa a enfraquecê-la. Livra-se disso que a está fazendo mal, porém, é difícil, pois ela sabe que sentirá falta, se sentira vazia e inútil, por mais que não seja e todos saibam disso. Um dia, finalmente, ela toma coragem e se livra daquele peso que a estava atrasando. Pois bem, isso foi o que eu fiz com aquilo.
A caixa continua sua vida, sentindo falta daquilo, sentindo um vazio dentro de si e achando aquilo o fim do mundo. Até o dia que descobre que viver sem aquele peso é bem melhor, que era apenas uma questão de costume. Afinal, ela continua sendo uma caixa, certo? Pois bem. Até o dia em que uma parte de si mesma é levada. Sim. Uma de suas laterais é rasgada e leva para longe dela. Aquela lateral faz parte de sua existência. Define o que ela é. Sim, ainda lhe sobram as outras partes, mas estas não têm seu total valor se aquela não estiver presente. É o conjunto de suas partes que a fazem ser uma caixa.
Eu sou a caixa. Eu perdi uma parte essencial para definir quem eu sou. Continuo aqui, viva, porém não inteira. Deixei de ser útil para uma série de coisas. Deixei de ser bela. Perder isso é como se uma parte de mim fosse arrancada do meu próprio ser. E não dá para sobreviver sem ela... Ah, não dá. Nunca mais será a mesma coisa. Cada momento da minha vida passado sem esse pedaço doera mais e mais. Essa ferida vai sangrar, inflamar e se manter ali, por toda a minha vida. Quem sabe um dia eu não me acostume a viver com essa dor e posso finalmente recomeçar sem isso. Mas eu sempre sentirei falta. Sempre terei sido mais feliz a tendo e todos os dias de minha vida eu desejarei esse pedaço de volta. Pois ele é meu, sempre foi meu. Viver sem ele é não ser quem eu sou e eu não estou pronta para me abandonar. 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Só vão me restar as lembranças


Sinto falta do nosso tempo de criança. Quando podíamos sorrir sem medo, nossos abraços não tinham maldade, nossa amizade era genuína. Sinto falta de poder gritar o seu nome simplesmente pelo fato de querer você aqui comigo, querer o teu abraço novamente. Sinto falta de ligar para você tendo a certeza de que você iria querer falar comigo. Que eu seria a coisa mais importante daquele momento. Nossas vozes seriam uma canção de ninar um para o outro. Eu quero de volta aquele teu sorriso puro, constrangido, que me fazia querer abraçar o mundo só para te fazer mais feliz. Quero aquela tua necessidade dos meus conselhos que te fazia mandar mensagens desesperadas pedindo por socorro. Por falar em desespero, quero teu amor desesperado de novo, aquele que te fazia declara-se toda e qualquer hora. Aquele que não sabia explicar o que sentia, mas sabia que era forte e que te consumia. Que sabia a dor causada pela nossa distância e fazia de tudo para que ela fosse sanada, de uma maneira ou de outra.
                Lembra como a gente se abraçava forte? Como doía quando a gente se afastava e partíamos para outro abraço logo em seguida? Ah, eu lembro. Lembro que via a confiança e a serenidade só de olhar para você. Se havia trevas, você era a luz. No meu mundo particular você ocupava tanto o topo como a base. O topo por ser a pessoa que eu mais amava e confiava. A base por ser aquela que eu necessitava para me manter erguida.
                Sempre fomos tão atenciosos um com o outro. Eu entendia suas dores como ninguém e o fazia ver os seus erros e os erros alheios. Você debochava docemente das minhas dores, logo em seguida me acolhendo e dando-me aquele choque de realidade que me foi tão útil. Ai, ai, nós fazíamos um par perfeito. De amigos, é claro. Mas as pessoas sempre coloram maldade no nosso amor, sem ver que só o estavam poluindo cada vez mais. E nós lá, remando contra tudo aquilo, jogando tudo o que não nos era útil para fora do nosso barco.
                Mas agora veja, nosso barco está tão cheio de porcarias que não conseguimos mais tirá-las dele. Por que paramos de jogá-las fora? O que mudou? Um de nós começou a encher o barco com elas durante o trajeto. O entulho começou a nos separar e nem sequer conversamos mais. Eu tento te gritar, mesmo com a montanha de lixo que há entre nós, mas você não parece ouvir. Está mais interessado no lixo que continua recolhendo para nos distanciar. Até que eu resolvo me calar, pois perder a minha voz só valeria a pena se no fim você fosse me responder, mas não o faz.
                Então, cheio de lixo que está, nosso barco fura, e começa a afundar. Eu simplesmente não posso deixar que isso aconteça, preciso lutar contra. Eu te amo demais para ver nossa amizade simplesmente naufragar e se tornar restos podres no fundo de algo negro e sem vida. Começo a tentar nos salvar, salvar isso que levamos anos para construir e manter de pé. Isso que, antes, era tudo. Nós estamos afundando. Eu estou tentando tapar o buraco, mas a água está entrando com muita força e você não vem me ajudar a impedir a entrada dela. Eu não estou mais aguentando, minhas mãos já estão no limite. Eu não posso fazer mais nada. É o nosso fim.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apelo regressivo


Você não consegue ver que estamos afundando? Oh, Deus, como não vê isso? Está tão claro. O que antes era considerado inabalado e impossível de destruir, agora é nada mais do que cinzas jogadas ao vento. Não sei como se sente em relação a isso. Não sei nem se consegue ver o que eu vejo. Eu sei, eu vejo demais, meu bem, mas o que eu posso fazer? Ou é um dom ou uma maldição. Fico com a primeira opção, particularmente. Independente disso, eu sei que verá um dia. Mas será tarde demais?
Não, eu não quero te perder. Não quero perder o que levamos tanto tempo para cultivar e de forma tão natural. Não somos como plantas transgênicas, somos naturais. Nossa relação sempre foi assim. Eu a semente, você o solo, ou vice-versa, que seja, mas um dependendo do outro para crescer e sobreviver. Claro, não desconsideremos os fatores externos, mas o essencial nós tínhamos, certo? Um ao outro. A semente e a terra. Mas para onde foi tudo isso?
A gente se confundiu pelo caminho, eu sei. Decisões erradas, ou certas, mas aplicadas de um jeito errado. Não sei. OK? EU NÃO SEI. Fico dizendo que foi errado, mas não sei de verdade. Só estou partindo do princípio de que isso não poderia estragar de jeito nenhum o que nós temos. Tínhamos. Sei lá. Não. Não consigo aceitar que tudo simplesmente mudou assim por causa daquilo. E daí? Isso não tinha que servir apenas para fortalecer nosso laço? Selar ainda mais a nossa amizade? Droga! O que está acontecendo afinal que eu não consigo mais pensar nas coisas racionalmente? Está tudo de cabeça para baixo. O que era verde passou a ser rosa pink de repente. E eu não consigo lidar com isso, amor, desculpa.
Você é bem mais prático que eu. É claro: você é homem. HOMEM! Homens são práticos, nada dramáticos. Tá, você é dramático. Sempre foi. Mas e daí? Sempre amei isso em você. Meu melodramático favorito. Desculpa, eu fugi, né? Você sabe que eu sou cheia de chamegos e tudo mais (chamegos? quem usa essa palavra?). Mas eu não estou nem aí. Você sempre me amou assim do jeito que eu sou. Exagerada, neurótica, cheia de medos e traumas. E os meus princípios? É, eles são o nosso mais novo tema de conversa, né? Mas essa sou eu, bebê, desculpa mais uma vez.
Só fico pensando quando foi que tudo isso mudou. De verdade. Antes, bem antes de tudo, éramos perfeitos, nos amávamos e vivíamos bem com tudo. Sabíamos o quão fortes e imbatíveis éramos juntos. Depois veio aquela onde de desespero e culpa. Tudo misturado. Um turbilhão daqueles que nos tira do sério e acaba com as nossas intensas rotinas. A minha, quero dizer. Sua rotina não é intensa, e você sabe, né? Ra,desculpa, amor, mas é verdade.
Agora estamos nisso. Eu aqui perdida, em dúvida, com culpa, remorso, saudade, medo. É, é muito para uma pessoa só sentir. Mas eu agüento. Sou forte e sei lidar bem com os problemas. Não é por isso que eu quero ser psicóloga? Já você eu não sei. Não sou prática, então não consigo avaliar a situação por praticidade. Desculpa não te entender, bebê, mas acho que você também não me entende muito bem. Só aceita e tal porque me ama. Ou me amava. Sei lá. Amor é coisa complicada de definir. Ainda mais quando está tudo misturado.
Eu menti. Desculpa. Prometemos não fazer mais isso depois do que aconteceu da última vez, né. Por isso estou falando logo a verdade. Porque você sabe que eu não minto. Ou pelo menos tento não mentir coisas realmente relevantes. Então admito. Eu menti. Não consigo aguentar. Estou ficando louca e sem chão. Mesmo. Esse pacote de sentimentos está pesando muito nas minhas costas. Não quer dividir um pouco comigo? Ajudar-me a carregar? Desculpa. Você não tem que carregar coisas que são produto da minha neurose e falta de controle. Mesmo. Eu te libero disso. Em partes. Só não me deixe no escuro, amor, porque isso eu não aguento.
Podemos ser como éramos antes ainda? Eu me pergunto isso a cada minuto. Às vezes eu queria que o tempo voltasse para que pudéssemos ver o corredor e temer a entrada. Isso sim teria impedido as coisas. Estaríamos como antes. Irmãos de alma. Lembra? Ai, droga, comecei a chorar. Claro, a garota emotiva acabou de entrar no texto para dizer ‘oi’. Então eu digo: qual o problema dela? Por que ela não pode simplesmente aceitar o rumo que as coisas estão tomando e continuar a viver? Mas eu sei a resposta. É óbvio demais. A partir do momento que você começou a fazer parte da minha vida é impossível eu tirá-lo dela. Desculpe. Mas eu não posso simplesmente abrir mão de uma das pessoas que eu mais amo e confio no mundo. Você sabe disso. Sabe o quanto eu te amo e sempre te amei. Como você sempre foi a minha fuga, o meu abrigo. Como o teu abraço era o que eu almejava por semanas, até que finalmente arranjássemos tempo para nos encontrar. Nossa, não dá.
Eu te falei como foram aqueles meses sem você. Descrevi o vazio que a minha vida ficou. Lembra o que você disse? Que isso não ia mais acontecer. Que esperava que tudo tivesse passado assim que voltamos a nos falar. Passou. Eu não menti quando eu respondi.  Mas eu não esqueci a dor que eu senti. Não tem como esquecer. E eu não quero sentir isso de novo. Não, não, por favor, não me deixe sentir isso de novo. Fica aqui comigo. Por favor! Vamos retroceder. Nada é impossível, vamos tentar, vamos mudar. Sei lá. Só fica aqui comigo de novo. Fala comigo, diz que me ama mais que tudo. Vira a noite conversando comigo. Deixa eu corrigir as suas palavras. Eu deixo você me chamar de ignorante por não entender tanto de computador como você. Eu não ligo. Juro. Eu te deixo mexer no meu cabelo o quando você quiser. Pode embolar. Eu não estou nem aí. Mas não deixa ele embolado. Vem tirar o nó com as suas mãos que eu tanto amo e quero sempre ter nas minhas. Não. Eu não quero ter receio de andar contigo de mãos dadas porque sempre fizemos isso. Sempre nos abraçamos em público. O que está acontecendo agora? Eu não quero perder isso. Por favor. Então vamos retroceder. Sei que somos melhores do que isso.
Vou implorar para Deus. Claro que venho pedindo todos os dias para ele me ajudar a me entender e a te entender. Mas eu vou começar a gritar por ele para ter você aqui. Ele sabe que sem você não dá. Eu já disse. Eu não tenho vergonha de dizer. Eu amo você. Demais. Sem você não dá. A nossa amizade é a coisa mais importante para mim. Então vamos manter isso, ok? Diz que sim. Vem cá e me abraça daquele jeito que só você sabe. Puxa-me pra você e diz que vai ficar tudo bem porque eu vou ter você sempre aqui comigo. Nossa, como dói pensar na tua ausência. Como dói conviver com ela. Eu não vou aguentar. Você aguenta, eu sei. Aguentou antes, vai conseguir agora também. Mas eu não. Então, por favor, não esquece o que sempre fomos para o outro e fica na minha vida porque eu quero ficar sempre na sua, do jeito que for.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

I lost myself along the way


Eu me sinto perdida. Como se estivesse em um mundo paralelo em que só eu tenho a chave, logo entrar nele depende diretamente de mim. Nesse mundo eu viajo sozinha. Viajo acompanhada. Viajo. Bom seria se depois dela eu voltasse inteira e pronta para outra, mas não é isso que está acontecendo. Eu estou ficando lá. Estou voltando em pedaços. Não consigo recolhê-los e colocá-los de volta no lugar, pois quando eles voltam desse meu mundo parecem pertencer a pessoas diferentes.
Não sei se estou sendo clara o suficiente. O ponto chave disso tudo é a minha falta de constância para com as decisões da minha vida. Chega uma hora em que você sabe tanto sobre tanto coisa que não consegue definir o que aplicar em determinado momento. Cada história do seu passado volta e você tenta tirar vivência daquilo tudo para seguir em frente, porém vê que o que está vivendo atualmente é novo e completamente desconhecido.
Eu não sei realmente como lidar com tudo isso. Estou tentando tomar as decisões baseadas naquilo que eu acho certo. Será esse o certo? Perguntas retóricas a parte, eu necessito de luz divina. De verdade. Estou a ponto de tomar uma decisão radical já que não vejo outra saída, outra solução. Tudo o que eu quero dizer está entalado na garganta, mas quando chegar a hora de jogar tudo isso para fora eu não vou ter coragem. Qual é o meu problema?
Não sei o que escrever. Não estou conseguido colocar em palavras essa confusão que paira sobre mim. Eu sei que estou com problemas, sei que posso resolvê-los e acho até que sei como. Mas tenho medo de tomar a decisão errada e depois não poder voltar atrás. E essa possibilidade de erro me inibe tanto a ponto de querer deixar tudo morrer por si só, o que não seria justo com ninguém.
Talvez se eu não fosse como sou as coisas dessem certo nesse ponto. Exijo demais de mim e do mundo. Eu faço esse mundo na minha cabeça e quando ele desaponta minhas expectativas eu acho que o mesmo não presta. Às vezes pode ser melhor do que eu esperava, mas, por não saber lidar com o desconhecido, desdenho dele perdendo a minha oportunidade de felicidade.
Eu estou perdida. Definitivamente. E não sei como me encontrar. Mesmo. Mas todo mundo não vive dizendo que temos que arriscar sem medo de perder o jogo? Então eu vou arriscar, mas do meu jeito. Peço desculpas se a minha decisão irá ferir alguém, mas antes feridas superficiais do que machucados profundos.

“[...]estabelecendo as regra de um jogo onde não haveria vencedor nem vencido, apenas um gentil fracasso final compactuado e compartilhado amável por ambas as partes.” – Caio Fernando Abreu

domingo, 2 de outubro de 2011

Estou de volta

Resolvi escrever porque já faz muito tempo que não o faço, e mesmo estando sempre muito ocupada não acho justo com a minha escrita abandoná-la assim. Ela sempre se manteve ao meu lado, escolhendo as palavras certas para expressar aquilo que não tenho coragem de dizer. Sendo assim, estou de volta.
Não, eu não tenho realmente alguma coisa que queira desabafar nem simplesmente citar nesse momento, só quero mesmo escrever. Vou deixar as palavras fluírem, como um texto sem rumo, mas que encontrará um final cabível. Isso sempre acontece. Essa é a magia de escrever. Você pode começar com um “oi” que o “tudo bem” e o “como está” virão automaticamente.
Dessa maneira, já digo, ou melhor, afirmo o poder das palavras. Claro, os gestos nos marcam mais que falas jogadas ao vento, entretanto, o que é dito sempre é lembrado, de uma maneira ou de outra, pois o ser humano tem um vício incontrolável de guardar aquilo que lhe convém e lembrar nos piores momentos possíveis.
Às vezes nos esquecemos do que foi dito por cautela pessoal. Preferimos deletar da cabeça por medo de não conseguir conviver com aquilo. Que besteira. A dor salva. De verdade. Ela nos faz entender o que é bom, já que estamos passando pelo ruim. Sim, é um paradoxo, mas quanto mais sofremos mais aprendemos a dar valor ao que temos. Ou seja, ignorar o que foi dito só nos faz continuar leigos em relação à vida real.
Não quero parece incompreensível, arrancando o direito de alguém de sofrer ou ainda se defender disto. Eu sei o que é estar ferida. Sei o que é se encontrar em um poço onde só se vê a escuridão e nada mais. Eu sei o que é tudo isso. E eu digo com toda sinceridade, eu não me arrependo. Cada lágrima, cada grito de dor foi extremamente eficaz na formação da minha maturidade e na escrita da minha vivência. Tudo isso fez parte do meu dia a dia e se eu não quero que volte a acontecer tenho que valorizar o que tenho hoje e lutar parar possuir tudo o que almejo.
Eu ando, caio, levanto, caio de novamente. A vida é assim. Tudo faz parte. Que graça teria a caminhada se soubessemos que não haveria surpresa alguma? O medo da queda te inspira a caminhar com cada vez mais perseverança. Por isso, não tenha medo de viver e de ser feliz.

“Quando você se arrisca tudo pode acontecer.” – Brothers&Sisters

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Mais uma vez você

Às vezes eu penso em você. Sim, eu sei que não deveria. Estou traindo à mim mesma, porém não consigo evitar. Este pensamento me vem, assim, do nada. Seja ao raiar do dia, durante o banho ou ainda quando estou com meus amigos fazendo coisas que nada tem a ver contigo. Vem a sua imagem à minha cabeça, consigo vê-lo bem à minha frente. É involuntário. Já senti seu cheiro diversas vezes, em momentos inoportunos até. Graças à Deus não sinto mais. Digo isso porque esse tipo de lembrança dói. Mais do que você consiga imaginar.
Como já dizia Khaled Hossein em O caçador de pipas: “O tempo pode ser uma coisa bem voraz – às vezes se apodera de todos os detalhes só para si mesmo.” No meu caso não foram todos, mas eu não me recordo do som da sua voz. Ao mesmo tempo em que agradeço, me lamento. É um paradoxo, eu sei, entretanto só Deus conhece a dor que eu já senti por ter esse tipo de lembrança. Acho que, por misericórdia à mim, Ele carregou esses detalhes consigo, deixando-me sofrer apenas com o “básico” que, aliás, é muito.
Não irei reclamar. Eu mesma não consigo apagar essas memórias. Preciso, mas não quero. Estou sendo extremamente sincera: por maior e mais desesperadora que seja a minha necessidade de tirar-te da minha vida, eu não quero. É como uma droga – o viciado sabe o quão degradante é a substância, contudo, não consegue livrar-se dela. Você é a minha nicotina.
Ninguém precisa dizer que nunca acontecerá novamente, pois eu sei disso, e aceitei. Acho que até que colaborei para a definição desse fim. Eu quis isso. Ou melhor, eu não quis você de volta. Não que você alguma vez tivesse implorado por isso. Mas eu, já sabendo da minha fraqueza em relação à você, me esquivei de qualquer possibilidade de retorno antes que elas fossem realmente definidas. Eu sou uma pessoa difícil, eu sei, porém você é pior.
Posso perguntar à qualquer pessoa ao meu redor que tenha acompanhado um pequeno pedaço que seja desse drama. Esta com certeza dirá que o erro majoritário partiu de você. E, me desculpe, eu concordo. Quantas chances foram dadas à esse seu comportamento bipolar? Dezenas. Entretanto, você nunca reconheceu realmente. Os teus erros foram determinantes para a chegada do fim.
Sei que não se importa com nada disso. Sempre soube. Ou melhor, desde o seu primeiro erro que, para mim, passou a ficar claro o quão sozinha eu estava na situação. Fui patética dezenas de vezes. E quem não é? Eu estava apaixonada, e tinha esse direito. Digo isso porque não me apaixonei sozinha, você se fez envolver. Jogou comigo tal qual jogou com as outras. Depois cansou da brincadeira e partiu uma nova diversão.
Mas eu cansei. De tudo. Das suas conversinhas moles e intelectuais. Das suas tentativas de virar o jogo em meio à uma discussão para assim fazer-se de vítima. Cansei da sua suposta bondade, que se limita apenas à você e à quem te interessar no momento. Cansei mesmo. Estou exausta de toda essa baboseira de amor ou o que quer que seu sinta por você. Mágoa, rancor,... Chega! Eu havia prometido não escrever mais sobre isso. Quebrei minha promessa, mais uma vez, como sempre acontece quando me refiro a ti.
É difícil conter a inspiração em meio à madrugada, quando acabei de ler um livro que fala de um amor tão forte que chega a causar dor nos personagens. Eu já disse que não sei definir meus sentimentos em relação à você. Mas também, irei definir para que? Nunca te interessou e nunca interessará. Você não vai mudar, e eu não estou mais disposta à lidar com a sua bipolaridade. A única coisa que quero agora é viver em paz e isso acontecerá quando eu finalmente me livrar do que sinto quando lembro do brilho dos teus olhos. Aí sim eu estarei livre. Para sempre.
O que acontece em poucos dias, às vezes até uma única vez, pode alterar o rumo de uma vida inteira.” – O caçador de pipas, pág 192




sexta-feira, 22 de julho de 2011

Depois de tanto tempo...

Nossa, como eu estava precisando disso: escrever ! Tanta coisa acontecendo na minha vida e eu aqui, guardando tudo dentro de mim. No máximo dividindo com os amigos ou ainda com a minha linda mãe. Mas nada, nada se compara a escrever. Escrever para mim..., para você..., para ninguém ler, apenas escrever. Há coisas que se tornam impossíveis de serem ditas e só escrevendo consigo mostrar o real valor daquilo. Sendo assim, vamos lá.
                Os últimos acontecimentos mexeram muito comigo. Como sempre. Eu sou aquela pessoa que não consegue simplesmente desviar-se do negativo. Absorvo tudo como uma esponja dentro de uma bacia d’água. Essa bacia, porém, não costuma vir com coisas boas. Na verdade há tanta sujeira nela que eu, a esponja idiota que não consegue se manter rígida como uma pedra pome, passo a me sentir mal e azeda por dentro. Às vezes, até por fora.
                Diante disso eu me pergunto: qual seria a minha dificuldade em ignorar os fatos à minha volta e simplesmente viver a minha vida na mais perfeita paz? Minha mãe diz que é culpa do meu signo. Ou melhor, que ele influi na minha personalidade, fazendo com que eu seja uma pessoa doce e meiga demais, não conseguindo assim descartar os acontecimentos alheios à mim. A questão é: Eu sou doce e meiga demais?
                Sim, eu sei que sou simpática, comunicativa, ou talkative como costumo dizer por aí. Não faço nada disso forçado, é claro. Só que eu gosto de sorrir para as pessoas quando elas me inspiram felicidade. Gosto de elogiar alguém quando sinto que este merece. Torna-se uma necessidade. Fico desanimada quando alguém não reconhece alguma qualidade minha, e vendo isso me sinto na obrigação de motivar alguém com um simples elogio. Não dói. Alguns deveriam experimentar.
                Uma vez estava jantando com a minha mãe e o meu irmão. Era um rodízio de pizza maravilhoso e, como sempre, estávamos rindo muito uns com os outros. No meio disso tudo um garçom veio nos servir, como de hábito. Olhei para ele e não pude me conter. Abri um sorriso de orelha à orelha porque fiquei encantada. Não, ele não era bonito. Não, eu não estava dando mole para ele. Eu simplesmente não consegui conter a emoção que surgiu dentro de mim.
                Imagine alguém que quando ri consegue exibir toda a felicidade do mundo apenas com o olhar? Ele é assim. Com aqueles olhos ele com certeza seria capaz de alegrar alguém que se encontrava infeliz. Quando o garçom sorria, eu podia ver o amor de Deus nele e isso me comoveu mais do que qualquer coisa.
                Claro que, cara de pau como sou, não consegui agüentar e falei exatamente isso para ele. Nossa, o homem ficou encantado. Sorriu - com os lábios, com os olhos – e agradeceu pelo elogio. Disse que é importante manter-se animado para poder fazer um trabalho direito e ainda contou uma história em que exemplificava sua alegria de viver. Tudo isso com uma incrível humildade. Sim, ele merece ser muito feliz.
                Todos esses meu atos, meio inconsequentes, meio destrambelhados, fazem de mim o que eu sou.  Quando eu rio, todos que estão ao meu redor param para me olhar. Não porque eu esteja bonita ou fique sensual quando dou uma gargalhada, mas sim porque minha risada é tão escandalosa que se torna impossível não prestar atenção à ela. Pode ser considerada uma vergonha, contudo, você acha mesmo que eu ligo? Meu, eu não estou nem aí. Eu estou feliz.  FELIZ! Sabe o que significa isso?
                Rir representa a felicidade que há dentro de nós. Não vou ficar contendo meus risos para evitar um suposto vexame social. Aqueles que gostam de mim – meus amigos, colegas, admiradores – riem comigo. Não há nada melhor do que dar uma boa gargalhada com aquelas pessoas que a gente gosta. Mas tem que ser aquela que você se contorce de tanta dor na barriga. Essa sim libera endorfina suficiente para alimentar a nossa alma. (Àqueles que não sabem, endorfina é um hormônio liberado durante o riso que melhora a circulação, as defesas do corpo e ainda aumenta a resistência à dor.)
                Então chega de falar. Ou melhor, escrever. Eu costumo dizer que palavras o vento leva. Que as mesmas não definem os que somos. Os responsáveis por isso são os nossos atos. Então é sempre bom dar uma revisada no que andamos fazendo por aí. De verdade. Às vezes estamos magoando alguém muito especial sem se dar conta disso. Assim,  espero que todos tenham a oportunidade de amar à Deus, amar àqueles que nos amam e amar à si mesmos. Quando reconhecemos nosso próprio valor é que passamos a ver a real beleza da vida.
“A única coisa que se leva dessa vida é o amor que damos e recebemos.” – Tititi

terça-feira, 21 de junho de 2011

A dialética da felicidade

                       Ser feliz é algo inteiramente relativo. Há quem considere como felicidade ter muito dinheiro e com isso a possibilidade de obter diversos bens materiais. Outros a veem como algo adquirido a longo prazo, sendo produto de muito esforço e engajamento. Existem outras teorias, como a de que para ser feliz é preciso apenas acreditar em si mesmo, pois a partir daí o universo conspiraria a seu favor. A questão é: ser feliz depende exclusivamente de algo ou alguém ou é fruto de um conjunto de fatores?

                       Desde pequena sonho com um futuro promissor. Tomava como base o que via em novelas e o exemplo engrandecido que meus pais sempre ofereceram à mim. Com isso, cresci buscando me encaixar no espaço para um dia poder “fazer sucesso”. Esse sucesso, que eu ainda não tinha alcançado, era simulado em minhas brincadeiras, para assim me sentir realizada momentaneamente.

                       Realizações momentâneas a parte, cresci sendo muito feliz com o pouco que tinha. Para mim, era muito, já que uma criança só deseja brincar e não se preocupa realmente com o que será quando crescer. Essas indagações são feitas no período de vida em que me encontro, onde tenho que optar pelo melhor para mim e assim arcar com as consequências dessa escolha. Contudo, será que serei feliz com a escolha que eu fizer?

                       O importante não deveria ser o que será, mas sim o que é. O foco que crio para alcançar meus objetivos deveria ser suficiente para me proporcionar a felicidade ou, pelo menos, a sensação de bem-estar.  Se a sociedade não exigisse um rótulo de pura grandeza pessoal, eu me contentaria com o que sou hoje, pois sei que estou em busca do maior.

                       Muitos tentam desvirtuar meus caminhos, nem sempre por má fé, mas com o intuito de nos fazer viver o melhor que a vida tem à oferecer. O problema é que nem sempre o que é melhor para mim é para o outro. Divergências essas acabam por, certas vezes, destruir o que poderia ter sido uma vida prodigiosa.

                       Cada qual deve definir dentro de si o significado da palavra felicidade. Ouvir relatos pessoais, ricos de experiência podem sim ajudar na definição, entretanto, o produto final deve partir de cada um. Entender a si mesmo e buscar compreender os valores que agrega facilita na escolha do caminho ideal. Não há certo ou errado, só o melhor para cada pessoa em determinado momento.

“Quando maior nosso sacrifício, maior nossa conquista.” – Gandhi

sábado, 21 de maio de 2011

O tempo passa...

Eu mudei. Muito. E não digo só fisicamente, não. Mudei minha forma de pensar, meu entendimento sobre as coisas,.. Eu cresci. E vou crescer mais ainda, como todos.
Surpreende-me o meu novo eu. Aquele jeito inocente, de garota que tenta agradar à todos só para se sentir útil, sumiu. Quando sorrio, sorrio. Não costumo "mostrar os dentes" só para evitar alguma desmoralização. Eu sou real.
Meus olhos enchem-se de lágrimas com facilidade, entretanto, agora eu consigo segurá-las. Reverto-as em força e aprendizado para seguir em frente.
Não me apego mais com a mesma facilidade de antes. Acho até que mantenho minhas barreiras estendidas por tempo demais. É, eu mudei.
Aprendi a ter foco. A almejar o grande, o maior. Claro que batalhando para ser merecedora do mesmo. Peço sempre forças a Deus para prosseguir minha jornada a procura do meu sucesso. Faço isso, pois não espero que nada caia do céu. Não dizem que "o que vem fácil vai fácil"?
Continuo engraça, alegre,..feliz. Tentando sempre contagiar a todos com a minha energia, desde que ela seja autêntica. Ver-me de cabeiça baixa, com ar de derrota, é raro, contudo, acontece. "Todos tem seus dias de chuva."
O que eu quero para mim? Saúde, em primeiro lugar. Desta vou retirar as forças para correr atrás dos meus sonhos, para lutar pelas minhas batalhas e ter a oportunidade de agradece aos responsáveis pelo meu sucesso.
Quando se trata de mim mesma não espero pouco. Cobro-me diariamente para ser a melhor, para saber tudo, nunca ficar para trás. Eu quero sempre ser maior hoje do que eu fui ontem, e claro, ain da maior amanhã.
Acredito em Deus, sei que o poder que Ele tem e o amor que Este direciona a mim. Com isso, o que mais eu preciso para conquistar aquilo que eu sonho? Mais nada!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O último suspiro

Lá fora, chovia. Junto com ela eu podia sentir a corrente fria que era emanada da janela aberta. Mais fácil seria levantar do assoalho e fecha-la, contudo, meu corpo não respondia aos meus comandos. A corrente gélida  entranhava todo o meu ser, causando-me arrepios. Entretanto, isso já não me incomoda mais. Eu poderia estar por baixo dos cobertores que o frio iria continuar implantando em mim. A dor era lancinante, fatal. Era como se cada pedaço do meu peito tivesse sido cortado à navalhas.
    
Desvio os olhos para o objeto colocado à minha frente, no chão. Por mais impossível que pareça, senti meu corpo mais gélido do que antes. Então, retornam as lembranças...

     O farfalhar da relva interrompeu o silêncio em que eu me encontrava. Fechei o livro que lia e procurei o responsável pelo som. Encontrei um par de olhos azuis confusos, que logo se curvaram em um sorriso. O mais belo que vi em minha vida. Ali, naquele momento, já senti meu coração disparar.
    
O par de olhos contagiantes se aproximou de mim e estendeu a mão em minha direção. Quando percebi, já havia aceitado a ajuda e me encontrava de pé, bem ali, colada àquele estranho tão curiosamente sedutor. Podia sentir seu hálito quente em minha face, além da corrente que percorria todo o meu corpo quando fitava a imensidão do azul daqueles olhos. Era impossível não reagir a todo o calor que emanava de nossos corpos.

Percebendo o quão ruborizada fiquei, desviei o olhar, fitando apenas a relva aos nossos pés. O estranho, porém não parecia se contentar com nossa pouca proximidade. Este me puxou para si, colando os lábios em meu ouvido.

Volto à realidade em favor do estrondo causado por uma lufada de ar na janela. Mas não me prendo realmente a isso. Só quero ser capaz de lembrar para sempre o que ele sussurrou em meu ouvido naquele primeiro dia: “Eu sabia que um dia te encontraria. A partir daqui será para sempre.” Sim, eu acreditei.

 Por maior que fosse meu terror em ouvir aquilo de um completo desconhecido, a certeza que me inundou naquele momento foi muito maior. Era como se o mundo finalmente passasse a fazer sentido. Como se só a partir dali eu soubesse que iria estar completa.
        
         Foram os dias mais felizes da minha vida. 24 horas eram pouco para todo amor e ternura que tínhamos para partilhar. Nenhum de nós sabia explicar o porquê da intensidade de nossos sentimentos, entretanto, ambos tínhamos uma certeza: nossas vidas estavam eternamente ligadas. Um não poderia viver sem o outro. Jamais.

         Cada toque era determinante. Nossos beijos sempre nos levavam a algo mais. Éramos irresistíveis um ao outro. Os lugares nunca importaram, contanto que estivéssemos juntos, estávamos completos.

         Novamente retorno a minha atual realidade. Sentada no canto mais escuro do quarto, olho para mim mesma, mesmo sabendo que devia sentir vergonha por estar completamente degradada. Não me importo. Não há mais razão para qualquer tipo de produção ou higiene. Não há razão para nada.

            Depois dos dias que passei encenando minha súbita melhora, finalmente o teatro chegou ao fim. Convenci meus pais de que eles poderiam viajar tranqüilos, eu ficaria para estudar. “Já estava bem”. Para os meus amigos, disse que iria estar fora da cidade com a família. Nenhum deles iria aparecer para fazer uma visita.

         Agora, com a casa inteiramente vaziam, irei cumprir minha promessa. Mas antes, permito-me lembrar de como cheguei aqui. Como Todo o sofrimento começou.

         Teria sido mais uma de nossas tarde perfeitas, produto do imensurável amor que compartilhamos, mas não. Tudo mudou. Depois de nossa despedida, ele partiu rumo à estrada principal. Enquanto ia se afastando, lembro de sentir um aperto em meu peito, todavia, ignorei, pensando ser apenas uma bobeira de quem se encontra apaixonado. Não era.

         Tudo aconteceu tão rápido. Eu não podia nem acreditar no que estava vendo. Em um momento o carro estava lá, no outro estava fundido a um enorme caminhão. Em seguida ambos estavam envoltos pelo fogo que os consumia por inteiro. Corri, mas meus pulmões não possuíam ar disponível. Meu corpo não parecia sair do lugar, por mais que eu sentisse o movimento dos meus pés. Eu corria em uma tentativa inútil de salvar-lhe a vida. As nossas vidas.

         Quando o estrondo da explosão tomou conta do céu, eu soube que era o fim. Caí de joelhos no chão, aos gritos, tamanho era meu desespero. Fo ali que minha vida acabou. Nada mais seria importante para mim. Quando ele se foi, levou-me por inteiro.

         Percebo que voltei a arranhar os pulsos com as unhas, não pela dor, é claro. Mas por não estar mais vendo as chamas diante dos olhos. Me dou conta que estou de volta a realidade. Olho novamente para o objeto a minha frente e vejo que finalmente chegou a hora.

         Arrastando-me pelo chão do quarto, tomo posse do punhal. Fecho os olhos, não por medo, e sim porque quero vê-lo em minha mente.

- Meu amor, esta me ouvindo? – Digo. – Eu sei que está. Você nunca me ignora, não é? – rio deliberadamente. – Olha, pode ficar tranqüilo. Isso logo vai acabar. Vamos ser felizes como um dia já fomos.

         Por mais trêmula que esteja minha voz, não sinto medo. Tomo uma lufada de ar, para então cravar o punhal em meu peito.

         Perco as forças, não conseguindo mais ficar de joelhos. Sinto meu corpo tombar, porém nada dói. O sangue por meu corpo é como um acalento. Como se ele estivesse aqui, aninhando-me em seus braços mais uma vez. Minha visão torna-se turva e percebo que esse é o grande momento. O momento em que vamos cumprir nossa promessa. Fecho os olhos e selo nosso reencontro:

- Sim meu amor. A partir de agora será para sempre.

Deixo que a escuridão me leve para que eu possa ser feliz novamente.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Aquilo que me consome

Descobri o que é pior nisso tudo. A dependência. Esta, que me consome e faz com que eu queira cada vez mais. Eu quero ter o que não é meu, nunca foi, e provavelmente nunca será. Mesmo que a realidade esteja sendo esfregada em minha face a cada chicotada do destino, eu não consigo aceitá-la. É como um jogo, em que eu me faço de tola para ver se no final vale a pena apostar, mesmo já sabendo que irei perder tudo. Tudo o que sempre quis que estivesse comigo, mas nunca esteve. Cada passo que eu dou acaba sendo em função dessa minha obsessão. Eu tinha sinceramente me curado, dado fim a esse martírio, mas ele foi alimentado pelo ego faminto e desenfreado, fazendo assim com que tudo voltasse, maior, mais forte, mais destruidor.
Descrevo isso como uma praga que vai corroendo toda e qualquer racionalidade que me resta, mas infelizmente é assim. Tudo se torna um breu, nem na penumbra eu consigo encontrar o caminho de paz. Quando me dou conta da realidade mórbida em que estou vivendo, tento com todas as forças voltar atrás. Em vão. Estou presa entre as raízes do ego e este não me deixa ir embora. O pouco que me resta de consciência é sugado, retirado de mim com o maior dos egoísmos.
Do ser humano sublime e conhecedor da verdade sobram só os restos. Ou talvez nem estes. Tudo é varrido para longe, como se nada significassem. Realmente. Para o ego nada significam. Mas e para mim? O ser humano está fadado ao egoísmo eterno, que o cega para a necessidade do outro. Isso, infelizmente, não posso mudar. Só peço, com toda humildade do mundo, pode deixar um pouco de vida para mim?

Belas tentativas não valem nada”. – House

segunda-feira, 28 de março de 2011

Odeio!

Odeio esperar. Odeio ter de depender das pessoas. Odeio ter de pedir algo. Odeio, odeio, odeio.
Odeio não saber o que as pessoas estão pensando, mas ao mesmo tempo eu não queria ouvir seus pensamentos. Queria apenas que elas falassem a verdade.
Odeio quando alguém se acha o último biscoito do pacote, quando na verdade não passa da criação de uma sociedade medíocre e desinformada.
Odeio o fato de não ter meu próprio dinheiro e depender da minha família para realizar meus sonhos, por mais fúteis que sejam. Odeio.
Odeio o jeito como as pessoas passaram a tratar as outras. Todas chamam-se de amigas e banalizam o eu te amo. Será que elas não sabem que "as palavras são como cheque bancário: tem de ter fundos" ?

Esse sentimento as vezes me consome, formando uma névoa em meus olhos, fazendo assim que eu deixe de enxergar o que realmente importa. Nem tudo no mundo são flores, mas é preciso saber filtrar aquilo que é negativo e apenas absorver o que pode me fazer crescer como pessoa.
"Vamos ser felizes, sim, nós vamos. Ou melhor, vamos ser mais felizes do que já somos." - Vinícius Santos

sábado, 12 de março de 2011

Você sabe o quanto é sortudo por estar vivo ?

Inspirada na recente tragédia que atingiu a a costa japonesa resolvi fazer uma reflexão sobre o valor que damos à  nossa vida.
Cada dia que passa reclamamos mais e mais do modo de vida que levamos. Não que não sejamos felizes, mas acabamos vendo o quão desigual são as realidades e isso causa certa revolta. Alguns tem tanto dinheiro que não sabem o que fazer com ele, então passam a gastar com coisas fúteis e as vezes nem um pouco construtivas. Já outros não possuem nada. Se sacrificam dia após dia para conseguirem alimentar suas familias. Claro, eu fui de um extremo ao outro. Existem situações medianas, com certeza. Mas quis dar uma visão geral, pois foi focar em outro ponto.
A questão não se baseia só no dinheiro. Se pararmos para pensar sobre os desastres naturais que ocorrem vamos chegar a uma conclusão óbvia: nós brasileiros temos muita sorte.
Vivemos em um país onde as placas tectônicas ajudam e muito já que estamos localizados no meio da placa do Atlântico, cuja borda leste está enterrada no meio do oceano.
Analisando isso e muitos outros desastres vemos que deveríamos agradecer a Deus todos os dias por estarmos vivos e vivendo em um lugar em que a iminência de certos desastres é praticamente nula.
Em consideração aqueles que não possuem a mesma sorte que nós, deveríamos pedir a Deus toda proteção possível e uma força inimaginável para enfrentar tudo o que acontecer.
Então, eu não deixo de agradecer a Deus por tudo o que acontece em minha vida. As vezes algo que para mim é ruim, no final será o necessário para completar a minha felicidade. Pense nisso e mude sua perspectiva da realidade.

“O ‘Progresso’ é a derradeira doença maligna da Mãe Terra.” – Anjos e Demônios, pág 89

sexta-feira, 11 de março de 2011

As vezes é preciso desabafar...

Não te vejo como um vilão inescrupuloso. Mas não posso evitar te ver como um maluco. Sim, exatamente isso. Quantas vezes quis dizer isso à você, mas a coragem de ser 100% sincera me faltou, dizendo apenas que estava tudo bem quando você me perguntava. Mas essa é a verdade. Suas atitudes impensadas, tomadas no calor do momento sempre me atingiram mais do que você imaginava. Tudo o que dizia ficava gravado em minha memória. Lembro-me da primeira conversa, e da última. Cada toque de afeto, misturado com todo o descaso e confusão. Você nunca deixou claro o que realmente pretendia, e eu, tola, esperava ininterruptamente por uma resposta, que nunca veio, aliás.
Um poço de enigmas. Posso te classificar como sendo um mágico, sempre com novas cartas na manga. Cartas essas que aguçavam minha curiosidade mórbida e me faziam perder o sono. Não sei como conseguiu me prender a você dessa maneira. Ninguém entende. Muito menos eu. Convivi com isso por tanto tempo, mesmo tendo diversas chances de me livrar. Acho que no fundo eu não queira desistir do que sentia nem do que eu acreditava que poderia acontecer no futuro com a gente. No fundo eu achava que um dia você seria completamente sincero e assim eu pudesse finalmente acreditar em você, como uma vez acreditei.
Claro, um dia a realidade chegou até mim como um meteoro. Me acertou e ruiu cada fagulha de esperança que eu plantei intimamente por tanto tempo. Olhei para trás e senti vergonha do meu papel na história. As lágrimas que eu passei a derramar mudaram de razão. Não era mais por não te ter comigo, e sim por ter acreditado por tanto tempo que um dia isso aconteceria. Eu não me perdôo ter me permitido ser tão crente assim.
Os tempos mais difíceis foram aqueles em que eu lembrava de tudo o que aconteceu e percebia que não iria mais ter você. Sou intensa demais. Classificação essa feita por mais de uma pessoa, além de ser característica do meu signo: peixes. Por ser assim, me entreguei de forma bruta e descomunal a um sentimento patético, até para mim mesma. Mas eu estava apaixonada, como poderia ter algum controle?
 Eu não tenho vontade alguma de voltar no tempo e reviver tudo aquilo. Juro. Não era real. Ver-me fazer parte de uma peça onde eu sou a mocinha apaixonada que acredita no príncipe mentiroso e esnobe. Não. Não quero reviver essa parte estúpida da minha vida.
Reconheço que quando estava com você eu me senti completa e verdadeiramente feliz. Cada sorriso teu era o sol que iluminava minha manhã. Hoje, eles escurecem meu céu, fazendo-me sentir insegura e amarga. O calor dos teus olhos foram meu aconchego, representando, agora, minha angustia.
Sei que nunca mais vou me sentir como naqueles dias. Tenho total consciência disso. Mas tudo muda, e eu sou obrigada a aceitar essa realidade. Vou amar outras pessoas e cada uma delas vai me fazer feliz a seu modo. Já me apaixonei por outros, já me decepcionei com eles e mesmo assim eu não havia conseguido parar de acreditar na existência de uma alma gêmea. Até conhecer você. Foi contigo que aprendi que nada disso existe. Nada disso importa. Tudo o que vivemos são momentos, e deles temos de tirar o aprendizado para seguir em frente. O tempo que abaixei a cabeça para o mundo foi suficiente para saber que isso não vai se repetir. Infeliz ou felizmente minha credibilidade se foi. A menina que sonhava com o mundo perfeito, acreditava que um dia iria encontrar a metade de sua laranja e com ela seria feliz para sempre morreu. Hoje me sinto uma mulher. Madura o suficiente para dizer que sou muito feliz, e que não pretendo viver de outra maneira. Todas as rasteiras que eu levei na vida me fizeram ser como eu sou. Às vezes estúpida demais, ou até petulante, mas com o toque doçura que sempre me pertenceu. Não virei um monstro, é claro. Continuo amando e sendo amada, mas amando na medida certa. Não sei se o que eu senti por você foi amor. Acho que nunca vou chegar a descobrir. Mas para que tentar ? A realidade é que nunca nada vai ser como um dia foi, e não adianta chorar e lamentar, pois novos dias virão, e com eles, novas alegrias serão plantadas.
“Não existem pessoas frias, existem pessoas que aprenderam a bloquear seus sentimentos.” - Dr. House.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O nosso Deus interior

Eu vivia me perguntando se o mundo tem solução. Vivia querendo saber o porquê de Deus nos deixar assim, nessa guerra continua, já que ele nos ama e nos quer bem. Pois é, eu descobri. O mundo não está assim porque Deus deixou, e sim porque nós o cultivamos assim. Deus não é único. Deus é um todo. Ele está dentro de cada um de nós, logo nós somos os criadores. Fomos feitos à sua imagem, mas não à sua imagem física, mas sim a sua imagem mental. Somos capazes de fazer transformações grandiosas, só com o poder de nossa mente. Se usarmos nosso poder para o mal, ele vai repercutir em nosso habitat. Claro que é mais fácil culpar um ser supremo que não se defende da maneira que estamos acostumados: cara a cara. Mas lembremos: Deus está dentro de cada um de nós. Se você culpa à Deus pelos erros do mundo,está culpando à si mesmo. 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Amor: o doce meio-amargo

Sabe por que você sofre? Por esperar demais. Por Acreditar demais. O ser humano se encontra em círculo vicioso que o faz crer que para todos há sempre uma pessoa especial. E que quando você encontrar com essa pessoa viverá feliz para sempre. Pois bem, vou acabar com esse seu sonho. ISSO NÃO EXISTE. Não há nenhuma pessoa especial te esperando para que possam viver felizes por toda a eternidade. Para que você possa se entregar total e completamente, sem medo de errar ou de se machucar. Você pode amar muito, querer demais, porém isso nunca durará para sempre. Quando alguém diz: amor, eu nunca vou te esquecer. Tudo bem, ela fala a verdade. Ela vai sempre lembrar como você foi especial, como você a fez bem naquele momento. Mas quando ela diz: Eu vou te amar para todo o sempre. MENTIRA. Um dia ela terá ambições maiores. Mesmo que ela te considere extremamente especial, ela não irá te amar mais. Você irá ser uma lembrança. E você fará o que? Vai sofrer uma vida inteira por não estar mais com ela? Não faça isso. A vida é bonita demais para se iludir de tal forma. Busque a tua ambição, o teu querer. Se realize pessoal e profissionalmente. Não tente tê-la a todo custo. Curta cada etapa da vida. Tudo muda. Amar acontece. Deixar de amar sempre acontece."Que seja eterno enquanto dure."Então viva, e agradeça a Deus por lhe dar forças por mais um dia.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ponto de partida

Há muito tempo que desejo criar um espaço para publicar meus pensamentos, memórias e esperanças e agora resolvi colocar esse projeto em prática. Depois de um bom incentivo, é claro. rs. Nesse espaço vou falar aquilo que eu penso sobre tudo, citando nomes apenas quando autorizada. Não me incomodo com as críticas que posso vir a receber já que graças a elas verei onde erro e acerto, crescendo cada vez mais como pessoa.
Aqui eu vou escrever com o meu coração. Vou ser sincera e extremamente crítica, principalmente comigo mesma. Além disso, vou falar dos problemas do meu mundo, que eu estou constantemente tentando mudar.
Para finalizar essa pequena apresentação, vou citar a frase que marcou a minha vida e acho que pode marcar a vida de outras pessoas também. "São as nossas escolhas que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades. " Foi ela que me ensinou a importância de tomar uma decisão. 
Bom, é isso. Nos veremos muito por aqui.