sexta-feira, 6 de junho de 2014

Pouco contida

 

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Eu preciso disso. Abrir meu coração e deixar meu peito encher de alegria. Preciso dessa paz e dessa harmonia que o ambiente exala, mas preciso me conter porque o mundo urge apressado me proporcionando tudo e nada ao mesmo tempo. Eu quero ele me aconchegando na cama, mas quero pegar a estrada sozinha com a cara na janela e correr contra o tempo. São tantas coisas que acontecem e tiram a minha melhor forma de me expressar. Ela grita e pede pra sair, mas meu corpo insano e exausto não deixa. Por que me deixo abater pelo cotidiano? Por que não posso simplesmente jogar tudo numa mala, bater a porta de casa e sair de mãos dadas com ele pelas maiores e mais bonitas montanhas que existem lá fora? Queria ter a coragem das desbravadoras mulheres que se tornam independentes sem nem ao mesmo precisar se preocupar com o tentar. Elas conseguem de primeira vencer porque se satisfazem com o que alcançam. Eu quero tudo e no minuto seguinte já quero o inverso. Eu me perco em mim mesma e me desespero porque sou desequilibrada e preciso dele para me pôr no eixo. Então fico irritada por ser tão dependente dele e de todo mundo e resolvo me fechar numa ostra lacrada. Coitada. Sou um alto falante das minhas próprias verdades e jamais conseguiria me manter quieta e sã ao mesmo tempo. Sou uma turbulência em forma de gente, pequena e esmirrada por fora, mas grande e avassaladora por dentro.

 

“Querias ser livre.

Para essa liberdade, só há um caminho:

o desprezo das coisas que não dependem de nós.”


―Epicteto