quinta-feira, 4 de abril de 2013

De um dia frio

Difícil é ficar brigado com quem a gente ama. Fazer bico e cara de magoada quando na verdade o que eu quero é te abraçar bem forte e não te largar jamais. Pior que eu às vezes até forço o aborrecimento na minha face só pra te punir por algo que você tenha feito. Você é besta e gosta da minha cara de brava. Vive contando historinhas pra me deixar puta e ver o tal rostinho que você adora. Ai, que raiva. Fico mais irritada ainda por me fazer de trouxa, logo em seguida me entregando à você, porque, você sabe, é normal já eu revirar os olhos de contentamento quando você está por perto inalando o aroma do meu pescoço, sussurrando no meu ouvido, essas coisas. Impossível permanecer brava contigo, pois tudo se torna tão fútil e banal perto do tempo que temos para passar juntos. Pode parecer uma eternidade para quem olha de fora, mas pra mim é pouco. O final de semana se faz em 3 dias. Para nós, apenas 2, sábado e domingo. No sábado é o momento que mais temos tempo juntos, não te largando até pelo menos 3, 4 da manhã, isso quando você não fica pra dormir. Domingo você vai embora cedo, já me dá saudade quando esse primeiro/último dia da semana chega. Aí eu fico com saudade quando você vai embora no sábado, quando acordo no domingo, quando o domingo vai passando e quando ele acaba. Às vezes, por uma questão de sorte ou azar, a gente consegue se ver durante a semana. Uma vez minha Jade morreu, você veio ficar ao meu lado e ainda me levou para ficar mais tempo contigo dormindo na sua casa. Outro dia era meu aniversário, e passou mais horas do que podia comigo. Outra vez eu passei mal, sozinha em casa, e você veio cuidar de mim, mesmo que penas por 1 horinha e meia. Um espaço especial para esse momento, pois você estava desfilando pela minha casa de farda e claro que estava essencialmente gostoso e irresistível. Pena que eu estava tão moribunda que não fui capaz de te dar um beijo decente, pelo menos, para assim aproveitar a presença dessas suas vestimentas. Vestimentas essas que um dia eu irei arrancar, tenho dito. Você fica extremamente gostoso dentro delas. Fora eu nem preciso dizer né, falo isso o tempo todo. Enfim, nem dá para ficar irritada contigo por muito tempo, e se a irritação dura, meu coração se aperta e minha necessidade de te amar aumenta. A gente se encontrou depois de tanto rolo e não desgrudou mais. Fomos feitos um para o outro de diversas e variadas formas. Você me ensinou mil coisas em relação à outras mil coisas, e eu fico tentando colocar algum juízo em você naquilo que acho que não tem. Eu corrijo teu português o tempo todo e você fica irritado com isso, mas diz que não liga. Você fica zoando meu sotaque carioca, repetindo minhas palavras, principalmente “bosta, biscoito, churrasco, cruz credo”. A tua última gracinha foi: “Eu quero um biXcoito de churraXco com cruX credo.” Perdi o ar rindo disso. Eu perco o ar rindo das suas dancinhas, das suas piadas… Perco o ar de pura fascinação com a sua carinha de coitado. Já disse que me corta o coração, oras. Perdi o ar também quando disse: “É bom saber que a gente pertence a alguém.” quando dei crise de ciúmes por causa da sua suposta inspeção médica com a Sargento Mariane. Eu concordo contigo, é muito bom saber que a gente pertence a alguém. E de forma positiva e esplendorosa. E também com muito amor envolvido, claro.