sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Boa o bastante

O que eu preciso fazer para você prestar atenção em mim? O que preciso fazer para que me leve a sério? Tudo o que eu já fiz na minha vida foi pensando em te deixar orgulhoso; em arrancar um sorriso de satisfação de você. Mas você não sorri para mim, você grita, me humilha e me mata por dentro. Como ousa me abandonar? Como ousa renegar quem você mesmo gerou?

Você costumava ser bom; ser meu herói. Lembro-me de todas as nossas brincadeiras, nossos abraços. Todo o afeto que me foi tirado. Sinto falta da minha infância, pois lá eu era boa o bastante para ser amada por ti. Hoje não passo de um fardo, um trapo velho que suga seu precioso dinheiro e ocupa espaço na sua casa. Sou a párea que você quer distante. Sou aquela que rouba tua alegria e te causa vergonha.

Não importa o quanto eu tente, nunca mais conseguirei alcançar seu coração. Fui esquecida; trocada. Tenho vontade de acabar comigo mesma quando vejo no que nos transformamos. Vontade de me dilacerar inteira somente para acabar com a dor. Você está acabando comigo, me matando a cada dia.

Não se preocupe. Um dia, talvez não muito distante, eu vou estar saindo por aquela porta para nunca mais voltar. Vou ter as minhas próprias coisas, meu próprio lar. Não vou precisar mais dos seus sacrifícios. Você viverá a vida que sempre sonhou ao lado de quem sempre quis. E sabe de uma coisa? Viverá só, pois num piscar de olhos ela cansa e some do seu mundo também. E eu não vou voltar, não adianta implorar. Não vou voltar porque eu lutei por anos pelo seu afeto e morri na praia. Sairei sem um pingo de amor, pois você secou tudo que estava aqui dentro. Para mim acabou.

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